A importância de deixar os filhos errarem

Filipa está começando a engatinhar. Pela primeira vez em 6 meses de vida, ela está lidando com a frustração.

Chega a ser engraçado, mas a gente não pode rir da própria filha sofrendo, né? (ou pode?)

Ela tenta, tenta, tenta, tenta, tenta e… só consegue ir para trás. Errar irrita muito essa bebê – claro, a mãe é perfeccionista ao extremo.

Mas agora, depois da maternidade, tive que aceitar o inevitável fato de que vou errar, ela vai errar e nós vamos todos errar juntos.

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O sentimento é contraditório, porque ser mãe implica que meu trabalho é proteger minha filha e fazer o possível para que ela se desenvolva e aprenda a fazer as coisas. Só que, assim como ela está treinando para dar seus primeiros passos, eu preciso também aprender a deixar ela falhar. O pai dela é muito melhor do que eu nessa tarefa. Ele brinca com a Filipa, repetindo “why do we fall? so we can get up”.

Os erros ensinam as crianças, não só sobre si mesmos, mas sobre as pessoas e o mundo ao seu redor. O que eu posso fazer é apoiá-la quando ela precisar. Isso não quer dizer que elas vão ficar acostumadas ao fracasso, mas que tentarão novamente, vão corrigir suas falhas e fazer melhor.

Daqui pra frente, quero que a Filipa seja cada vez mais independente. Quando precisar fazer lição de casa, minha ideia é oferecer liberdade para que ela possa tentar, acertar e errar com criatividade, que ela se torne uma pessoa que sabe resolver seus próprios problemas e chegue sozinha às soluções dos obstáculos do seu dia a dia.

Mãe e pai devem ser guias, e não chefes (isso ela vai ter muito ao longo da vida). Precisamos conduzir nossos filhos, não levá-los pela mão.

Mesmo que isso signifique ouvir seu choro e enxugar suas lágrimas.