O que é um doudou

Logo que soube que estava grávida, meu irmão, que mora na França, me mandou um coelhinho branco de presente e me contou que era um doudou.

Mas o que é um doudou?

É algo parecido com a famosa naninha aqui no Brasil. Ou seja, um item de transição (cobertor, boneca, travesseiro, etc) ao qual a criança se apega por segurança. Lembra do Linus das histórias do Snoopy? Ele não vivia sem seu cobertor azul.

Por lá, geralmente o doudou toma forma de um bichinho de pelúcia bem fininha. A tradição diz que os próprios pais devem escolher o modelo perfeito para seu bebê antes de ele nascer. A mãe, então, passa a gravidez inteira com o doudou próximo à barriga, para ele “pegar seu cheiro”.

O que é doudou?

Filipa, 15 dias, com seu doudou

Segundo psicólogos, a necessidade de um objeto de transição começa no bebê aos 6 meses. Ele é sua ligação com o mundo exterior e ajuda a se relacionar com os outros. O auge dessa relação acontece entre os 1 ano e meio e 3 anos.

Encontrei naninhas para meninos e meninas bem legais para comprar aqui no Brasil no Tanlup e no Elo7. O Etsy também tem opções lindas, mas os preços são em dólar.

Copos de treinamento, mamadeiras e chupetas são perigosos para a criança, diz pediatra

Polêmica à vista!

Mais uma daquelas pesquisas (tinha que ser americana) que vai dar pano para manga.

A pediatra Sarah Keim, da Ohio State University College of Medicine, pesquisou 45 mil acidentes ocorridos com todos os tipos de bicos infantis e concluiu que, a cada 4 horas, uma criança nos EUA chega no pronto-socorro por causa de alguma ocorrência envolvendo mamadeira, chupeta ou copo de treinamento.

Copos de treinamento, mamadeiras e chupetas são perigosos para a criança, diz pediatra

Quase todas são relacionadas com quedas e causam feridas na face e na boca, ou seja, a criança está andando ou correndo com o objeto na mão, cai e se machuca.

Outro problema frequente são as queimaduras, porque os pais esquentam a mamadeira no microondas e ela superaquece. (nota da Flávia: por isso que eu acostumei a Filipa a tomar leite na temperatura ambiente desde a primeira mamadeira)

A matéria do New York Times que fala sobre o estudo aponta, ainda, que é melhor escolher copos de plástico mais moles do que aqueles com plástico mais duro.

Exageros à parte, a recomendação da American Academy of Pediatrics é que os bebês já estejam tomando líquidos em copos regulares a partir de 1 ano. Alguns acabam fazendo a transição até mesmo antes disso.

A Filipa, por exemplo, rejeita o copo de treinamento e quer tomar água e suco no mesmo copo que a gente. Mas a mamadeira continua pro leite. Também conheço bebês que foram do peito para o copo direto, sem passar pela mamadeira.

E na sua casa, como foi a transição? Para você, essa pesquisa faz sentido ou não?

O que é melhor: sling ou canguru?

“Olha, mãe, ela colocou o bebê na mochila!”

Ouvi isso de um menino de uns 4 anos um dia andando na rua com a Filipa no sling. Como sempre, as crianças têm uma maneira bastante peculiar e engraçada de conceituar as coisas, né? Mas ele está certo: eu, que passei tanto tempo da minha vida carregando uma mochila nas costas, agora levo minha filha pra cima e pra baixo da mesma maneira.

Quando fiz o enxoval da Filipa, comprei um canguru da Infantino na Amazon (US$ 15,99) e usamos esse modelo desde o primeiro mês de vida. Digo usamos porque o primeiro a colocar ela no canguru foi o pai. Quando eu pedia pra dormir um pouco depois de uma madrugada braba e ela continuava chorando depois que todas as opções de desconforto já tinham sido eliminadas, o Rafael dizia que “apelava” pro carregador. Aí eu acordava e estavam lá os 2, ele jogando videogame e ela dormindo pendurada nele.

bebê no canguru

Usei o canguru intensamente por 4 meses. Aí descobri o sling.

Na verdade, muitas amigas minhas já utilizavam,  mas só me convenci de que realmente seria a melhor opção para nós quando experimentei. Um dia, estava caminhando na praia com um grupo de mães e a Filipa não queria ficar no carrinho de jeito nenhum. A Patrícia, da Amor Em Fios, me emprestou o sling dela e eu viciei. Fui até a minha casa assim e não acreditava na diferença. No dia seguinte, comprei o meu.

Hoje, tenho 2 wrap slings da Amor em Fios, um amarelo e um vermelho, e o canguru continua aqui porque o Rafael usa.

bebê no sling

No fim das contas, o que é melhor: sling ou canguru? A resposta depende de quem usa. Na minha opinião, o sling vence do canguru.

O canguru foi excelente para ganhar segurança na hora de carregar na rua, porque ele tem fechos bem seguros e é praticamente impossível de errar na colocação. Isso é um fator que inibe muita gente a respeito do sling, porque as pessoas acham que amarrar é um bicho de sete cabeças. Sim, no começo, a gente se confunde e erra – bastante. Muitos vídeos de tutorial e nós errados depois, você acerta. A prática vem rapidinho e, se você for que nem eu, vai andar por aí de sling sem bebê porque vira uma parte integrante do seu corpo! hahahahaha

Já ouvi falar também que o canguru, por causa do material e da abertura que proporciona nas pernas do bebê, machuca a região genital. No entanto, não encontrei nenhuma pesquisa que comprove isso.

Eu experimentei e não curto o sling de argola, mas conheço muita gente que adora.

Agora, independentemente da escolha de modelo que você faça, acostume-se com os olhares na rua. Alguns estranhos vão falar que você está sufocando o bebê (aconteceu comigo) e outros vão achar graça.

O que importa é que o uso do carregador é prático para a mãe e agradável para o bebê. A gente fica com as mãos livres, equilibra o peso da criança e ela vê o mundo do mesmo jeito que os adultos, o que favorece o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Não deixe de ler este artigo maravilhoso do Fernando Reinach, Crianças Proibidas de Ver, que fala sobre os benefícios desse “meio de transporte”.

Leia mais opiniões sobre sling x canguru:

Pediatria em Foco

Maternarum