Por que meu bebê não dorme a noite toda?

Vamos falar sobre um assunto que, literalmente, tira o sono dos novos pais.

Se você nem lembra como era dormir 8 horas seguidas (saudades…), vai gostar das dicas de Sleep: What Every Parent Needs to Know. A obra já está na segunda edição (lançada apenas nos EUA) e é considerada a bíblia do assunto.

A médica Rachel Y. Moon aborda alguns temas polêmicos sobre o sono dos bebês.

Segundo ela, a pergunta mais frequente de mães e pais é: por que meu bebê não dorme a noite toda? Rachel afirma que nossas expectativas em relação aos recém-nascidos e seu descanso não são muito realistas.

Por que meu bebê não dorme a noite toda?

Ex: um bebê de 2 semanas só consegue dormir de 2 a 3 horas de cada vez, porque precisa mamar para sobreviver. Aos 4 meses, o número de horas vai para 4 ou 5 horas seguidas. O conceito de “dormir a noite toda”, para os pediatras, significa que a criança dorme de 5 a 6 horas sem acordar os pais (ela até acorda, mas volta a dormir por conta própria).

Entre os 6 e 12 meses, pode ser que seu bebê comece a dormir entre 11 e 12 horas. Na prática, um bebê de 6 meses dorme entre 13 e 15 horas diariamente, sendo 60 a 70% durante a noite.

O livro aborda, ainda, a polêmica do “deixa chorar até dormir“. A médica recomenda aos pais que esperem 5 minutos (ou o quanto a criança aguentar) antes de embalar novamente o bebê. Vá até ele, acalme e depois vá embora. A técnica, de acordo com ela, fica mais fácil noite após noite.

Outra dica da publicação é uma recomendação da maioria dos pediatras hoje em dia – esqueça os kits de berço cheios de espuma, panos e afins. Já falei disso no post 10 itens inúteis do enxoval. Berço seguro é berço pelado!

Por fim, lembre-se que, pra dormir bem, o bebê precisa de uma rotina bem regrada. Aqui em casa, fazemos assim: janta em família às 19 horas, brincadeiras às 20 horas, banho às 21 horas, leite às 21h30 e cama às 22 horas, no máximo. E a Filipa, aos 9 meses, dorme por 7 a 8 horas seguidas todos os dias. Quando acorda, toma leite novamente e dorme mais umas 2 horas.

Brinquedos para bebês

Seu bebê está ainda dentro da barriga, mas provavelmente já ganhou um brinquedo de presente.

Brincar, para o desenvolvimento da criança, é mesmo tão importante quanto comer, beber, tomar banho e estudar. Mas vamos falar a verdade: as centenas, ou milhares, de opções de brinquedos que a gente vê por aí são um enorme estímulo ao consumismo precoce (mas isso é assunto para outro post…) e, às vezes, as coisas mais simples acabam sendo bem mais atrativas, como caixas, revistas, latas e outras sucatas.

Brinquedos para bebês

Mas e quais são os brinquedos para estimular o aprendizado do bebê?

Veja uma lista de indicações por idade no primeiro ano de vida:

  • De 0 a 6 meses: móbile no berço, adesivos e quadros na parede, chocalho e outros brinquedos simples que façam som, espelhos, livros macios, meias e pulseiras com chocalho, tummy time, tapete de atividades (costuma ser bem caro e as crianças usam por pouco tempo), mordedores macios
  • A partir dos 6 meses:  bolas, potes e recipientes de plástico (sim, os da sua cozinha), mordedores firmes (coloque na geladeira para aliviar as dores causadas pelo nascimento dos dentes), mesas de atividades (que costumam ser bem caras – você pode improvisar colocando vários brinquedos em cima de uma mesa da altura da criança)
  • A partir de 9 meses: blocos coloridos (de tamanho grande e que não machuquem o bebê), livros com figuras bem coloridas, carrinhos ou bichos que “andam” pela casa (para eles andarem atrás), empurrador, telefones, instrumentos musicais infantis (maracas, pandeiros, xilofones, bateria, piano)

Lembre-se sempre de olhar se o brinquedo tem selo do Inmetro e qual é a indicação etária. Essa informação deve sempre estar em local de fácil acesso na embalagem.

A predileção por um brinquedo ou outro varia muito entre cada criança. A Filipa, por exemplo, nunca ligou para essas meias com chocalho (e ganhou TANTAS!), mas conheço bebês que ficam loucos com elas. Em compensação, ela adora carrinhos e bolas. Também gosta muito de objetos que nós usamos em casa. Peguei um telefone antigo que não funcionava mais e a Filipa curte muito.

Quando ela tinha uns 4 meses, comecei a deixar os objetos espalhados e, por alguns minutos, não interferir na brincadeira. Hoje, ela brinca bastante sozinha e aprende sobre o funcionamento, os padrões de repetição e as causas e consequências de cada objeto.

Qual é o brinquedo favorito do seu bebê?

O que é um doudou

Logo que soube que estava grávida, meu irmão, que mora na França, me mandou um coelhinho branco de presente e me contou que era um doudou.

Mas o que é um doudou?

É algo parecido com a famosa naninha aqui no Brasil. Ou seja, um item de transição (cobertor, boneca, travesseiro, etc) ao qual a criança se apega por segurança. Lembra do Linus das histórias do Snoopy? Ele não vivia sem seu cobertor azul.

Por lá, geralmente o doudou toma forma de um bichinho de pelúcia bem fininha. A tradição diz que os próprios pais devem escolher o modelo perfeito para seu bebê antes de ele nascer. A mãe, então, passa a gravidez inteira com o doudou próximo à barriga, para ele “pegar seu cheiro”.

O que é doudou?

Filipa, 15 dias, com seu doudou

Segundo psicólogos, a necessidade de um objeto de transição começa no bebê aos 6 meses. Ele é sua ligação com o mundo exterior e ajuda a se relacionar com os outros. O auge dessa relação acontece entre os 1 ano e meio e 3 anos.

Encontrei naninhas para meninos e meninas bem legais para comprar aqui no Brasil no Tanlup e no Elo7. O Etsy também tem opções lindas, mas os preços são em dólar.

Copos de treinamento, mamadeiras e chupetas são perigosos para a criança, diz pediatra

Polêmica à vista!

Mais uma daquelas pesquisas (tinha que ser americana) que vai dar pano para manga.

A pediatra Sarah Keim, da Ohio State University College of Medicine, pesquisou 45 mil acidentes ocorridos com todos os tipos de bicos infantis e concluiu que, a cada 4 horas, uma criança nos EUA chega no pronto-socorro por causa de alguma ocorrência envolvendo mamadeira, chupeta ou copo de treinamento.

Copos de treinamento, mamadeiras e chupetas são perigosos para a criança, diz pediatra

Quase todas são relacionadas com quedas e causam feridas na face e na boca, ou seja, a criança está andando ou correndo com o objeto na mão, cai e se machuca.

Outro problema frequente são as queimaduras, porque os pais esquentam a mamadeira no microondas e ela superaquece. (nota da Flávia: por isso que eu acostumei a Filipa a tomar leite na temperatura ambiente desde a primeira mamadeira)

A matéria do New York Times que fala sobre o estudo aponta, ainda, que é melhor escolher copos de plástico mais moles do que aqueles com plástico mais duro.

Exageros à parte, a recomendação da American Academy of Pediatrics é que os bebês já estejam tomando líquidos em copos regulares a partir de 1 ano. Alguns acabam fazendo a transição até mesmo antes disso.

A Filipa, por exemplo, rejeita o copo de treinamento e quer tomar água e suco no mesmo copo que a gente. Mas a mamadeira continua pro leite. Também conheço bebês que foram do peito para o copo direto, sem passar pela mamadeira.

E na sua casa, como foi a transição? Para você, essa pesquisa faz sentido ou não?

Segurança no banho do bebê

A gente acha que dar banho em recém-nascido é difícil. Mas com certeza não é pior do que a fase em que a Filipa está, a dos 6 meses. A cada dia que passa, ela se revela mais agitada e inquieta (ok, puxou a mãe). Mas a hora do banho e a da troca de fraldas acaba sendo um round de luta livre entre ela e eu.

Segurança no banho do bebê

Aqui estão algumas dicas de segurança no banho do bebê desde sua chegada em casa:

  • Nunca é demais repetir: todo cuidado é pouco. O bebê pode se afogar em uma banheira que tenha mesmo só um dedinho de água. Supervisione a criança O TEMPO TODO e nunca a deixe sozinha.
  • Separe sempre toalha, xampu, sabonete, roupa para troca e todo o resto antes do banho, justamente para não precisar se afastar do bebê.
  • Eu prefiro usar sabonete em barra ou então líquido em embalagem pump (como o Fofo ou Natura Mamãe e Bebê). Os que vêm em embalagem que você precisa virar ou apertar são péssimos.
  • Sua segurança também é importante: coloque um tapete para você não escorregar no banheiro. Isso porque, quando o bebê começa a brincar com a água, molha o chão todo.
  • Se a sua banheira fica no chão ou em uma bancada, coloque um tapete antiderrapante embaixo dela (daqueles que a gente põe no box). A minha banheira (a Flexibath da foto) já vem com uma tira antiderrapante.
  • A regra é que o bebê deve ficar primeiro deitado e, depois, quando conseguir sentar, sempre sentado na banheira. Nunca pode estar em pé.
  • Verifique sempre a temperatura da água. Use um termômetro (a temperatura ideal da água do banho do bebê é 37 graus) e teste com o antebraço
  • Quando for preparar o banho, encha primeiro com água quente e depois esfrie. É mais fácil controlar a temperatura dessa forma.
  • Quando o bebê estiver sentado, a água não deve estar acima de sua cintura.
  • Não exagere no sabonete, porque a espuma pode irritar a uretra do bebê.

O que é melhor: sling ou canguru?

“Olha, mãe, ela colocou o bebê na mochila!”

Ouvi isso de um menino de uns 4 anos um dia andando na rua com a Filipa no sling. Como sempre, as crianças têm uma maneira bastante peculiar e engraçada de conceituar as coisas, né? Mas ele está certo: eu, que passei tanto tempo da minha vida carregando uma mochila nas costas, agora levo minha filha pra cima e pra baixo da mesma maneira.

Quando fiz o enxoval da Filipa, comprei um canguru da Infantino na Amazon (US$ 15,99) e usamos esse modelo desde o primeiro mês de vida. Digo usamos porque o primeiro a colocar ela no canguru foi o pai. Quando eu pedia pra dormir um pouco depois de uma madrugada braba e ela continuava chorando depois que todas as opções de desconforto já tinham sido eliminadas, o Rafael dizia que “apelava” pro carregador. Aí eu acordava e estavam lá os 2, ele jogando videogame e ela dormindo pendurada nele.

bebê no canguru

Usei o canguru intensamente por 4 meses. Aí descobri o sling.

Na verdade, muitas amigas minhas já utilizavam,  mas só me convenci de que realmente seria a melhor opção para nós quando experimentei. Um dia, estava caminhando na praia com um grupo de mães e a Filipa não queria ficar no carrinho de jeito nenhum. A Patrícia, da Amor Em Fios, me emprestou o sling dela e eu viciei. Fui até a minha casa assim e não acreditava na diferença. No dia seguinte, comprei o meu.

Hoje, tenho 2 wrap slings da Amor em Fios, um amarelo e um vermelho, e o canguru continua aqui porque o Rafael usa.

bebê no sling

No fim das contas, o que é melhor: sling ou canguru? A resposta depende de quem usa. Na minha opinião, o sling vence do canguru.

O canguru foi excelente para ganhar segurança na hora de carregar na rua, porque ele tem fechos bem seguros e é praticamente impossível de errar na colocação. Isso é um fator que inibe muita gente a respeito do sling, porque as pessoas acham que amarrar é um bicho de sete cabeças. Sim, no começo, a gente se confunde e erra – bastante. Muitos vídeos de tutorial e nós errados depois, você acerta. A prática vem rapidinho e, se você for que nem eu, vai andar por aí de sling sem bebê porque vira uma parte integrante do seu corpo! hahahahaha

Já ouvi falar também que o canguru, por causa do material e da abertura que proporciona nas pernas do bebê, machuca a região genital. No entanto, não encontrei nenhuma pesquisa que comprove isso.

Eu experimentei e não curto o sling de argola, mas conheço muita gente que adora.

Agora, independentemente da escolha de modelo que você faça, acostume-se com os olhares na rua. Alguns estranhos vão falar que você está sufocando o bebê (aconteceu comigo) e outros vão achar graça.

O que importa é que o uso do carregador é prático para a mãe e agradável para o bebê. A gente fica com as mãos livres, equilibra o peso da criança e ela vê o mundo do mesmo jeito que os adultos, o que favorece o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Não deixe de ler este artigo maravilhoso do Fernando Reinach, Crianças Proibidas de Ver, que fala sobre os benefícios desse “meio de transporte”.

Leia mais opiniões sobre sling x canguru:

Pediatria em Foco

Maternarum

Os 10 itens mais inúteis do enxoval

A amiga de uma amiga (oi, Rachel!) me escreveu pedindo dicas sobre enxoval.

Na gravidez, a gente se empolga, passa dias paquerando a tag Infantil no Tanlup e quer sair comprando toda a seção de bebê na Renner.

Depois que mandei o e-mail pra Rachel, percebi o quanto ressaltei coisas que são totalmente DISPENSÁVEIS nos primeiros meses – e até depois disso.

Estes são os 10 itens mais inúteis do enxoval:

1 – Babá eletrônica: comprei uma super hi-tech, com câmera noturna, wi-fi e conexão com o iPhone. Aí o quarto da Filipa fica bem ao lado do meu e é impossível não ouvir o menor resmungo dela – até porque, depois que a gente vira mãe, ganha audição biônica. Ou seja, nunca usei. Acho que vale a pena pra quem mora num lugar grande, mas não é o meu caso.

2 – Cadeira estilo bouncer: essa eu ganhei de segunda mão de uma prima e usei super pouco. Até uns 3 meses, a Filipa até ficava na cadeirinha e eu colocava pra ela ficar na cozinha enquanto eu comia e levava até pro banheiro pra tomar banho olhando ela. Só que agora ela quer ficar no chão e simplesmente pegou ojeriza da droga da cadeira. Fora que são super caras…

moisés de bebê

1 mês de uso para depois morar pra sempre no seu quartinho da bagunça

3 – Moisés: tive um e usei intensamente no primeiro mês para deixar ela na cama do meu lado e no berço mais apertadinha. Só que o problema é exatamente esse: pra quê comprar algo que vai ser usado por 30 dias apenas? Depois disso, o bebê cresce e não cabe mais. Recomendo pegar um emprestado de alguém e depois devolver ou repassar pra alguma instituição.

4 – Cadeira de amamentação: qualquer cadeira serve pra esse propósito. Peguei uma poltrona velha emprestada da minha mãe, que quebra o galho. Mas não caia na conversa de que existe um tipo especial de cadeira pra isso. Cansei de amamentar na cama, no sofá da sala, na cadeira da cozinha, etc. Claro que, quando você acorda à noite, é prático ficar ali do lado. Mas não é um item de primeira necessidade se você não tem dinheiro e/ou espaço.

5 – Esquentador de mamadeira elétrico: ganhei da minha mãe e usei pouquíssimas vezes. Demora muito para esquentar. Em nome da praticidade, a gente acaba esquentando no microondas mesmo, o que dizem que deixa o leite muito quente. Nunca tive problema com isso. Pode ser que, quando começar a papinha, ele pare de ocupar espaço na bancada da cozinha e finalmente entre em ação. Vamos acompanhar.

bagunça de brinquedos

Sinta o drama do seu futuro chão da sala

6 – Brinquedos: tem aquela história de que bebê não precisa de brinquedo, precisa de amor, etc etc etc. Sim, parcialmente verdade. Eu gosto que a minha filha tenha brinquedo porque é a forma como ela vai aprender muitas coisas. Mas todo mundo vai te dar de presente móbile, chocalho, boneca, ursinho, etc. Não gaste seu dinheiro com isso agora porque, pelo o que eu sei, depois piora… hahahahaha

7 – Sapatos: a vó da Filipa fica louca quando eu saio com ela sem sapato (= todos os dias). Realmente, aquele slipper de oncinha é lindo de morrer, mas ela vai usar tipo 2 vezes e ainda ficar tentando tirar do pé e você vai se irritar com isso. Só comprei um pra Filipa, o resto ganhei. Meias são mais úteis.

8 – Protetor de berço: a Sociedade Brasileira de Pediatria não indica o uso de protetores de berços, porque pode causar sufocamento em recém-nascidos. Pronto, um bom motivo pra guardar essa grana pra coisas mais importantes.

9 – Shampoo de bebê: primeiro, você vai ganhar vários no chá de bebê. Além disso, não é estritamente necessário para lavar o cabelo. O próprio sabonete serve nos primeiros meses. Só depois começa um cheirinho mais forte de suor. Ah, e existem vários produtos 2 em 1, que fazem as vezes de shampoo + sabonete líquido.

10 – Roupas para sair do tamanho RN até 3 meses: o bebê fica em casa no primeiro mês, exceto para ir ao médico e tomar vacina. Mesmo assim, o melhor é usar roupas básicas. Esqueça os vestidinhos cheios de babados para as meninas e as calças cargo para os meninos. Fofo? Sim. Mas nada práticos quando você precisa tirar tudo isso pro pediatra examinar. Deixe para comprar nos tamanhos posteriores a 3 meses. Detalhe: as pessoas amam dar as roupas lindas de sair, mas quase todo mundo esquece de básicos como bodies, pagões, macacões e pijamas de algodão para ficar em casa e brincar no chão.

E pra você, quais foram os itens dispensáveis do enxoval do bebê?

Tirando o doce da criança

Na série “End Times”, de 2006, a fotógrafa norteamericana Jill Greenberg levou ao pé da letra o ditado “fácil como tirar doce da boca da criança” e clicou várias delas nesse momento revoltante.

Ela dava um pirulito para o modelo mirim e, depois, pegava de volta, causando lágrimas, muitas lágrimas.

Na época da exposição da artista em Londres, muita gente reclamou, dizendo que a prática era cruel com as crianças. Jill se defendeu, dizendo que elas ganharam o doce de volta logo em seguida e que a intenção das obras era “mostrar o estado de desesperança e raiva que sinto a respeito da nossa atual situação política e social”.

Vendo as imagens, não dá pra saber direito se elas estavam mesmo chorando de tristeza ou se era só manha.

#chatiados

criança chorando

menino chorando

Veja as outras fotos da série End Times, de Jill Greenberg