Vivendo perigosamente

Cena 1:

certa manhã, levei a Filipa para brincar no Sesc e, na volta para casa, uma moradora de rua (aparentemente embriagada) me parou para dar sermão dizendo que eu estava sufocando o bebê no sling, que isso fazia mal pra criança, que eu estava colocando minha filha em risco e tudo o mais.

Cena 2:

na quadra seguinte, vejo uma mãe levando um bebê que parecia ter 4 meses no carrinho sem o cinto de segurança.

Quem está vivendo perigosamente mesmo?

bebê no wrap sling

Filipa bastante desconfortável e incomodada no sling

O que é melhor: sling ou canguru?

“Olha, mãe, ela colocou o bebê na mochila!”

Ouvi isso de um menino de uns 4 anos um dia andando na rua com a Filipa no sling. Como sempre, as crianças têm uma maneira bastante peculiar e engraçada de conceituar as coisas, né? Mas ele está certo: eu, que passei tanto tempo da minha vida carregando uma mochila nas costas, agora levo minha filha pra cima e pra baixo da mesma maneira.

Quando fiz o enxoval da Filipa, comprei um canguru da Infantino na Amazon (US$ 15,99) e usamos esse modelo desde o primeiro mês de vida. Digo usamos porque o primeiro a colocar ela no canguru foi o pai. Quando eu pedia pra dormir um pouco depois de uma madrugada braba e ela continuava chorando depois que todas as opções de desconforto já tinham sido eliminadas, o Rafael dizia que “apelava” pro carregador. Aí eu acordava e estavam lá os 2, ele jogando videogame e ela dormindo pendurada nele.

bebê no canguru

Usei o canguru intensamente por 4 meses. Aí descobri o sling.

Na verdade, muitas amigas minhas já utilizavam,  mas só me convenci de que realmente seria a melhor opção para nós quando experimentei. Um dia, estava caminhando na praia com um grupo de mães e a Filipa não queria ficar no carrinho de jeito nenhum. A Patrícia, da Amor Em Fios, me emprestou o sling dela e eu viciei. Fui até a minha casa assim e não acreditava na diferença. No dia seguinte, comprei o meu.

Hoje, tenho 2 wrap slings da Amor em Fios, um amarelo e um vermelho, e o canguru continua aqui porque o Rafael usa.

bebê no sling

No fim das contas, o que é melhor: sling ou canguru? A resposta depende de quem usa. Na minha opinião, o sling vence do canguru.

O canguru foi excelente para ganhar segurança na hora de carregar na rua, porque ele tem fechos bem seguros e é praticamente impossível de errar na colocação. Isso é um fator que inibe muita gente a respeito do sling, porque as pessoas acham que amarrar é um bicho de sete cabeças. Sim, no começo, a gente se confunde e erra – bastante. Muitos vídeos de tutorial e nós errados depois, você acerta. A prática vem rapidinho e, se você for que nem eu, vai andar por aí de sling sem bebê porque vira uma parte integrante do seu corpo! hahahahaha

Já ouvi falar também que o canguru, por causa do material e da abertura que proporciona nas pernas do bebê, machuca a região genital. No entanto, não encontrei nenhuma pesquisa que comprove isso.

Eu experimentei e não curto o sling de argola, mas conheço muita gente que adora.

Agora, independentemente da escolha de modelo que você faça, acostume-se com os olhares na rua. Alguns estranhos vão falar que você está sufocando o bebê (aconteceu comigo) e outros vão achar graça.

O que importa é que o uso do carregador é prático para a mãe e agradável para o bebê. A gente fica com as mãos livres, equilibra o peso da criança e ela vê o mundo do mesmo jeito que os adultos, o que favorece o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Não deixe de ler este artigo maravilhoso do Fernando Reinach, Crianças Proibidas de Ver, que fala sobre os benefícios desse “meio de transporte”.

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